4 de setembro de 2020

Dias desafiantes...

Como já não escrevia há algum tempo vou fazer um pequeno apanhado das principais peripécias desde a última publicação.

Bem a quarentena até foi minha amiga pois passando mais tempo em casa não há tanta margem para que as coisas corram mal, ainda assim, não deixei de ter Tupperwares e caixinhas voadoras, queimaduras e ocasionalmente partir um copo ou outro. Entretanto, tendo entrado com meio pézinho na jardinagem de varanda e claro que já atirei um vaso ao chão, tendo perdido parte dos meus rebentos, que foi uma perda triste, mas também tenho uns quantos survivers.

Entretanto fui de férias e correu surpreendentemente bem. Antes de começarem e quando comentei com uma amiga que só levava um bikini ela disse - tens a certeza? e se acontece alguma coisa a esse? E eu achei - é um reparo prudente. Então fui à ultima da hora procurar um. Quando cheguei a Porto Covo e fui para o vestir, uma parte tinha-se descosido completamente... sim do novo, não do antigo. E lá fiz um pouquinho de costura. De resto tenho apenas a registar (que me lembre) ter atirado com a caixa de cereais de arroz tufado de chocolate (e especifico, porque quem sabe como são, sabe que são minúsculos e muitos) enquanto tirava as toalhas do armário. Nota: não fui eu que deixei a caixa onde estava... :P

Passaram-se as férias e entretanto já de regresso a casa estava tudo tranquilo, mas nos últimos dias senti aqui um distúrbio da força em casa. As minhas lutas burocráticas adensam-se - não me consigo matricular, eu e um amigo mandámos um email para o mesmo sítio, sendo que eu enviei primeiro, e ele já recebeu resposta e análise ao seu pedido, e o meu que era exactamente igual anda por lá perdido (já enviei email a reforçar). Entretanto mudei de ginásio, e também tive problemas a aceder à aplicação que disse sempre que eu não existia, até chegar ao ginásio, dizer isso ao senhor que lá estava, e ele dizer, então vamos lá ver isso...  e assim que experimentei ao lado dele deu, como se eu fosse uma tontinha...

Depois disso e de um dia de ginásio resolvemos (eu e uns amigos) comer uns grelhados, e mandar vir do uber eats, tentámos aplicar uma promoção que não dava, e escrevi lá nos apontamentos para a cozinha que era alérgica a picante. Acabámos por abandonar esse pedido após ligar para lá directamente, e nos dizerem que podíamos pedir no site deles (depois de o senhor dizer que não me conseguia perceber, se eu não me importava de pedir no website - era brasileiro e eu falo rápido, percebo). Lá pedimos no site, onde não havia sítio para comentários, e pedimos na fé e pedimos a uns amigos que vinham ter connosco para ir buscar o pedido, e quando vimos a morada do sítio dizia que era no alma shopping. Depois disto ligam-me a dizer que tinham colocado o molho à parte por causa da minha alergia ao picante. E aí começou a ficar estranho, porque eu não tinha escrito isso lá... Depois ligam-me os meus amigos a dizer que chegaram ao sítio e eles não tinham nada no meu nome. Voltei a ligar para saber onde era, e não era no Alma.... lá expliquei aos meus amigos que afinal era outro nome, e quando eles colocaram no GPS aparecia no meio da estrada onde não estava nada... Depois de alguns telefonemas para trás e para a frente lá chegaram ao sítio, e a comida chegou eventualmente a casa... era boa, mas foi sofrida...

Ontem, água entornada com um chuto na garrafa de água, coisas a caírem no chão em catadupa na cozinha... ao retirar a chávena da sua caixinha junto à máquina de café, que só tem de percorrer meio metro para chegar à máquina, conseguiu saltar da minha mão de forma inexplicável na direcção oposta e cair no chão partindo a asa. Ainda recentemente tinha pensado que estava orgulhosa de ainda ter o conjunto completo de chávenas com apenas uma chávena sem asa...vão duas.

Hoje, continuei a sentir o distúrbio na força, e tentei fazer as coisas calmamente para não causar grandes distúrbios. Trouxe o tabuleiro com o copo vazio, que tenho trazido após o episódio da groselha que se espalhou por sítios que não achava possíveis, e mesmo depois de me ter sentado calmamente consegui desequilibrar o tabuleiro quando fui agarrar a garrafa de água no chão e o copo caiu para o chão (vazio) e surpreendentemente não se partiu. respirei fundo e pensei "Boa, bom copo e não há cacos para apanhar". Este momento passou, achei que tudo estava bem, levei o tabuleiro para a cozinha depois de ter acabado de comer e no tabuleiro estavam um copo, um prato e talheres, uma chávena de café e pires e a saladeira de vidro. Aquilo que eu decido tirar primeiro foi a saladeira... assim que lhe peguei, o tabuleiro deu uma pirueta, levei com tudo nos pés (não se espetou nenhum vidro) e parti o copo (que não tinha partido) e uma outra chávena, que não teve salvação... 
O lado positivo foi não espetar nenhum vidro, o prato não partiu, foi depois de comer e não antes, e sinto que a ordem foi restaurada.... fotos ilustrativas em baixo.

E isto é mais um cheirinho de como é viver a minha vida...challenging...

Contem-me histórias das vossas.

J.



8 de maio de 2020

Top peripécias deste ano

Acabei de perceber que ainda não fiz nenhuma publicação este ano! Como se não acontecessem peripécias, e ainda mais passando eu mais tempo em casa, por causa da COVID-19.

Assim, resolvi começar pela mais recente peripécia, pois eu e uns amigos mandámos vir uma encomenda com vários produtos de que gostamos, e para terem uma ideia a encomenda tinha mais de 20 produtos diversos dos quais eu pedi 5. Desses 5, um estava esgotado, pelo que avisaram já após a encomenda, mas devolveram o dinheiro (os restantes produtos e pedidos estavam todos OK). Quando chegou a encomenda, o meu amigo que a recebeu viu que um produto tinha rebentado - nunca tal lhe tinha acontecido disse ele. E de quem era esse produto? Pois era o meu, claro. Era um Gel de Banho, que deu banho aos outros produtos.

Foto ilustrativa:



Para além desta situação caricata o que mais aconteceu este ano:
- Ao fazer um belo copo de Sangria de Champanhe e frutos vermelhos para me instalar no meu sofá a beber nestes tempos de confinamento, escorreguei antes de me sentar no sofá e consegui despejar quase a totalidade para cima de mim, sujando toda a minha roupa (incluindo roupa interior), o sofá, o radiador e o chão. Tudo de vermelho.

Para além disso, aconteceram as típicas peripécias na cozinha: levei com a garrafa de azeite na cabeça depois de a ter colocado na prateleira, parti uma faca, é mais comum do que imaginam, e um copo (pelo menos, it's hard to keep track). Também parti uma asa de uma chávena que saltou enquanto eu a lavava, e esteve desaparecida durante duas semanas, até a encontrar no saco de separação do lixo.

Desconfio que haverá mais umas quantas, mas isto é o que me lembro por agora.

Jules

26 de dezembro de 2019

Acidentes com dedos do pé, parte 2

Ora bem... Na última publicação contei-vos como me aleijei no pé depois de um chuto que dei num bocado de cimento, e que surpreendentemente até não foi grave...
O que falta contar é que não muito depois disso, ou seja, no dia 2 de Outubro, consegui dar um chuto no meu sofá, que teve proporções muito maiores: desloquei o dedo, pus de volta no lugar, e vi o lado negro da coisa...

Quando me safo de uma e acho que até tive sorte, o azar na verdade só se atrasou foi um bocadinho, e depois teve de ser no sofá... Fica a fotografia ilucidativa, não aconselhada para os mais sensíveis, mas se estão a ler isto is probably already to late. 



22 de setembro de 2019

Começa saga novos contratos I + tropeções, cortes e outras coisas

Ora bem, vou começar pela situação mais recente e ir andando para trás.

Como já tinha referido, tinha um feeling de que uma nova saga de peripécias ia começar, porque sempre que há burocracia envolvida tem de acontecer alguma. Fui à Worten para tratar de fazer contrato com uma nova operadora (tv+net+telefone). Tudo correu bem e rapidamente, lembro-me de ter estranhado ser logo assim, e o senhor disse que só tinha de aguardar que me ligassem pra agendar a instalação. Esta situação foi no dia 9 de Set. e até agora nada, resolvi ligar hoje, e fiquei a saber que apesar do contrato provisório que me foi entregue ter todos os dados correctos (que eu verifiquei religiosamente), os senhores da Worten colocaram no pedido à empresa o meu nome como Juliana, e entretanto não sabem propriamente dizer-me quando me vão ligar, portanto não há prazo previsto. So wonderful... mas a moça disse que tinha colocado que o meu pedido era urgente, lovely...Agora é esperar e ver.

Peripécias prévias: fui a um espectáculo no Convento de Sao Francisco e nunca fui a um sítio tão confuso para chegar ao local de espectáculo. Portanto saindo do parque de elevador havia um único andar sem ser do parque e que portanto era a única opção e dizia: (salvo erro) anfiteatro. Abre-se a porta do elevador e esta dava para a saída (rua) ou para uma porta que estava fechada e encontrámos um segurança (como eu mais pessoas andavam por ali confusas) que nos disse que para ir para a entrada podíamos ir pela rua, (estando a chover bastante) ou que tínhamos de voltar a descer e ir apanhar outro elevador pra subir para lá... como eu já estava atrasada optei pela opção rua e chuva e lá fui a correr para o sítio chegando molhada e atrasada. Chegando à entrada estava um espectáculo a decorrer, dos encontros mágicos, e ficámos ali a achar que estávamos no sítio certo (pois o nosso bilhete também era pra um espectáculo dos encontros mágicos), até receber a msg de um amigo a dizer que o espectáculo a que íamos era noutro andar e para perguntar onde era, para nos darem indicações. Em lugar algum estava qualquer informação que aludisse a isso.... Seriously?!! Eu respirei com a minha irritação, e rangi um bocadinho os dentes, mas lá pedimos ajuda, ainda ouvi a senhora pelo walkie-talkie perguntar se ainda podiam enviar pessoas para o espectáculo, e lá chegámos ao sítio, e a Magia na Escuridão de magia na escuridão de Juan Esteban Varela valeu muito a pena e foi uma experiência memorável, com magia e sem usar o sentido da visão.

Entretanto na ultima semana acrescentei algumas lesões como é hábito, arranquei um talho de pele do meu dedo (no ginásio - fiquei com a toalha cheia de sangue, não era uma imagem bonita); cortei uma pontinha de outro dedo com uma faca enquanto cozinhava, fiz duas nódoas negras, uma na coxa e outra no rabo, e a mais dolorosa - estava um poste levantado do chão na rua, com o cimento assim bem proeminente, e eu dei-lhe um belo pontapé acidental que me fez sentir que tinha partido o pé tal foi a dor, e até fiquei mal disposta. Dentro da pancada que foi, nem foi muito mau, fiquei só com o dedo negro nos dias seguintes - foto ilustrativa do dia da ocorrência - estava só pisado. PS: a outra mancha que tenho na unha do dedo grande foi um entalão que fiz num jogo num intercâmbio há uns 2 meses, e que ainda se está a curar.

A vida anda desafiante. Continuo a aguardar partilha das vossas peripécias ;)

Jules


2 de setembro de 2019

Peripécias das férias

Já há algum tempo que não escrevia por aqui. Os dias vão passando e as peripécias seguem-se, mas quando chegam as pausas em que poderia escrevê-las já as esqueci.
Mas, como as férias proporcionaram alguns momentos peculiares que acho que não esquecerei tão depressa, resolvi partilhar aqui, porque no meio dos meus azares, sinto-me uma sortuda.

Decidi pegar no meu carrito e num grande amigo e lançarmo-nos pelo Alentejo fora. Começámos a nossa viagem saindo de Castelo Branco para Castelo de Vide, fazendo um desvio por Marvão, e acabando num recanto maravilhoso (de onde partilho a foto) onde pudemos relaxar na piscina ao ar livre, descansámos e acordámos para um pequeno almoço recheado de fruta fresca, bom pão e queijo como manda a cozinha portuguesa e outros mimos que nos aconchegaram a manhã. Seguimos para Elvas, onde comemos uma açorda com frango frito que estava de comer e chorar por mais. Tudo correu bem até então, e de Elvas seguimos para Badajoz (como reza a música - Oh Elvas oh Elvas, Badajoz à vista), onde vimos a Alcáçova do Castelo e jardim circundante e depois de um desvio involuntário (que é como quem diz, depois de termos perdido um bocadinho o rumo, eu especialmente) lá voltámos ao carro para nos pormos a caminho de Mérida, onde íamos passar a noite.

Tudo correu tão bem e tão pacificamente até este momento, que ambos estávamos surpreendidos e satisfeitos com isso! Chegámos ao local que tínhamos reservado e demos com ele facilmente, pousámos as nossas coisas e depois de jantar saímos para beber um copo. Agora é que começa a primeira peripécia. Regressámos tarde e tentámos fazer pouco barulho porque haviam mais pessoas na casa onde ficámos, e tínhamos deixado uma janela aberta para refrescar o quarto. Preparámo-nos para ir dormir, e o meu amigo tirou as lentes de contacto e encaminhou-se para a casa de banho e de repente eu reparei que havia uma centopeia no chão e avisei-o disso, como ele não conseguia ver ficou um bocado alarmado e gerámos todo um alarido até eu meter um copo em cima do bicho para não a matar. Ele alertou-me para o facto da centopeia ser venenosa e que se mexer muito rápido, mas aquela coitada estava a patinar no azulejo e eu só me conseguia era rir. Lá meti um papel por baixo do copo para a atirar pela janela fora, e como me estava a rir ia-me caindo em cima (caiu no parapeito e eu fechei a janela de repente). A boa notícia é que ninguém foi picado, e claro que fizemos um check ao quarto a seguir a isto para não acabarmos a dormir com centenas de patas.

Depois deste alarido, pensámos - o pior já passou - e no seguinte dia de manhã, lá fomos explorar Mérida que é lindíssima e aconselhamos vivamente. Ao fim da tarde, pegámos no carro para ir embora, e o meu amigo reparou que um pneu do carro estava um pouco em baixo e fomos enchê-lo para nos pormos a caminho, em direcção a Cáceres, com intenção de lá atestar o depósito pois foi na altura da crise dos combustíveis deste lado da Península. Quando lá chegámos percebemos que o pneu já tinha perdido mais algum ar, e eu percebi que o conseguia ouvir a vazar... lá percebi que era a válvula onde se enchia o pneu que estava ligeiramente gretada e que ouvia a deitar ar, e se colocasse o meu dedo parava (tudo isto aconteceu nas bombas de gasolina ao lado daquela máquina com ar e água). Fui à loja das bombas ver se tinham daquela fita cola prateada super potente especialmente para carros, e tinham, e com algum engenho lá conseguimos vedar a fuga, e entrámos para o carro para entrar e por-mo-nos a caminho, todos contentes porque tínhamos safado a situação. Assim que tentei ligar o carro, a bateria estava morta, só porque deixei o rádio ligado e possivelmente o AC. Lá pedi ajuda ao senhor das bombas que entrou no meu carro e conseguiu pô-lo a pegar de marcha atrás connosco a empurrar.

Finalmente lá arrancámos, e pensámos - agora é que é, está tudo resolvido, e aí vamos nós! Mas depois de alguns kilómetros comecei a sentir instabilidade e parei o carro (sem o desligar porque ainda não tinha dado tempo para a bateria carregar) e percebemos que a fita adesiva não tinha aguentado e o pneu estava na mesma, a perder ar e já meio vazio, meio cheio... sem saber muito bem o que fazer, e com receio de tentar mudar o pneu no meio do nada. Voltámos à estrada, mais devagar, a tentar pelo menos chegar a alguma povoação, e após alguns kilómetros a pensar se devíamos continuar ou parar, o meu amigo gritou - mecânico, acho que é ali uma garagem - e eu lá fiz inversão de marcha, e fomos até lá, onde encontrámos dois senhores sentados à porta de uma garagem, que parecia ser de carros.

Lá expliquei o que se passava e o senhor ofereceu-se para nos ajudar a mudar o pneu. Quando viu o meu pneu suplente mudou de ideias, e disse que não chegava a Portugal com ele, e disse que ia ver se conseguia trocar a válvula e se isso resolvia o problema. Assim fez, o pneu estava impecável e voltou ao seu lugar, e quando lhe quiz pagar não quiz nada, disse apenas para nos sentarmos a beber uma cola fresca e uma batatas fritas, antes de nos fazermos ao caminho. Nós aceitámos claro e brindámos à nossa sorte, dissemos que ele era um espectáculo claro, o nosso milagre, e ele disse que tinha sido mesmo uma sorte porque em qualquer outro dia ele não estaria ali àquela hora, mas naquele dia, estavam a preparar uma patuscada, e era festa da aldeia.

Bebemos a cola fresca, até eu que nem gosto de coca-cola mas que me soube bem, e a viagem de volta foi espetacular, porque a sensação de alívio e de gratidão por alguém nos ajudar assim, de forma completamente desinteressada e boa, nos fez voar para casa, com um sorriso na cara, maior do que trazíamos. À saída do local, tirámos foto ao sítio, foi em Navas Del Madroño, e ficou a certeza de que voltarei àquele sítio para agradecer ao senhor, com algumas preciosidades gastronómicas da minha região.

E assim foram estes dias pelo Alentejo e vizinha Espanha, seguidos de mais alguns dias de descanso onde as peripécias já são mais pequenas para lembrar, mas sei que ainda fiz umas nódoas negras, parti uma unha, queimei um dedo (muito ao de leve) e queimei o braço com o secador (em forma de cruzes, até ficou engraçado), mas nada de muito significativo a relatar.

Vou ver se vou escrevendo com mais frequência porque a minha vida é uma animação, e talvez vos faça perceber ou que a vossa não corre assim tão mal, ou se corre, não são os únicos ou as únicas :D

Partilhem as vossas peripécias!

Jules

  

Convento Sra. da Vitória, Castelo de Vide  |  No meio do nada

28 de fevereiro de 2019

Dedos em perigo

O dia começou comigo a entalar um dedo entre o radiador a óleo que tinha ao lado da cama e a minha mesa de cabeceira (ao ponto de ficar com a unha em sangue) e a ferida que vêem no dedo (outro dedo diferente do que entalei), que não tem nada de grave só de ridículo, foi feita por um copo de iogurte. Juro. Ninguém merece.


J.


Acabar o ano em grande, e começá-lo no improviso

No fim do passado ano (2018) inovei na minha capacidade de fazer asneira.
Marquei viagem para ir passar a passagem de ano fora do país, e tinha conseguido uma viagem barata para o dia 31, mas quando chegou a data não conseguia fazer check-in. Como estou habituada a que as coisas não resultem on-line comigo, pensei - Resolvo isto no Aeroporto.
No dia 31 de Dezembro lá fui eu, para o Aeroporto do Porto, prontinha para a minha viagem, até explicar à senhora a minha situação, e depois de ela muito olhar para o email onde eu tinha o recibo do voo, intrigada pois, dizia ela, não havia nenhum voo para onde eu queria ir àquela hora, ou sequer nesse dia, exclamou - Ah já percebi, o seu bilhete não é para hoje, mas para 31 de Janeiro.
Eu fiquei a olhar com alguma admiração, e depois ri-me e pensei - Parabéns Julieta, atingiste um novo nível de "screw up". E pronto, a senhora voltou a explicar-me que eu não tinha voo, porque acho que eu não estava a perceber, eu agradeci e fui à minha vida.

Acabei por passar a passagem de ano no Porto com amigos, que correu muito bem, e no dia 31 de Janeiro fiz na mesma a minha viagem que foi bem agradável :)

Isto é fazer uma cena à Julieta em grande.

Resultado de imagem para aeroporto porto

1 de outubro de 2018

Pesadelo no comboio

Após uma bela semana em Bristol, onde tudo correu admiravelmente bem, pelo menos para mim, já borbulhava em mim o receio de que algo não corresse bem no regresso, dado o meu historial com viagens (digo pelo menos para mim, pois revi-me num dos participantes da formação, que conseguiu chegar atrasado dois dias consecutivos - um porque havia uma vaca na linha do comboio, e aparentemente ainda foram durante algum tempo, lentamente atrás dela; e no dia seguinte, porque a ligação onde tinha de trocar de comboio estava suspensa por avaria de uma das máquinas - ao que eu pensei - ainda bem que fiquei no hotel do evento, senão esta poderia perfeitamente ser eu).

Voltando ao meu dia (sexta-feira dia 28/09)... a formação na qual eu estive, onde fazia parte da organização ao mesmo tempo que tinha oportunidade de assistir e aprender imenso, acabou pelas 15 horas. Neste último dia eu estava por minha conta, tendo ficado de arrumar tudo, recolher questionários e levar tudo dentro de uma grande mala que teria de entregar numa das estações a caminho de Bangor. Cheguei à estação de Temple Meads em Bristol, que é lindíssima, e fui calmamente e com tempo para a plataforma indicada, sabendo que faria apenas algumas estações até Newport onde tinha de trocar de Comboio. Às 17 horas estava sentada na plataforma 3, e aguardei serenamente, enquanto lia o meu livro de bolso, as 17h30, hora da ligação que me levaria directa a Bangor, sem mais necessidade de sair do Comboio. No painel luminoso dizia o destino correcto e a hora, o comboio chegou à hora certa, eu entrei nele. Quando entrei perguntei se não havia letras nas carruagens (aqui geralmente existe a carruagem A, B, C e por aí em diante), ao que o senhor me respondeu que não, para me sentar em qualquer sítio e assim fiz. Estranhei o meu bilhete electrónico ter essa informação e não corresponder, mas já não era a primeira vez pois o sistema de comboios aqui e de atribuição de lugares é muito estranho, fica para outro post (mas em suma é muito frequente não haver lugares marcados). Deixei-me levar tranquilamente, depois de ter mostrado o meu bilhete e nada e ter sido dito, eis que um senhor me toca no braço para dizer que aquela era a estação terminal, estava em Cheltenham Spa, muito longe de onde deveria estar. Quando expliquei ao senhor o que se tinha passado ele olhou para mim com um ar compassivo e disse que eu tinha razão, e que deveriam ter sinalizado melhor pois o meu comboio devia ter chegado pouco depois daquele, e indicou-me com quem falar, para me explicar a melhor forma de voltar a um trajecto que fosse dar ao meu destino. Irritada e com as pressas a sair do comboio, prendi os meu fones e lá ficou um dos auriculares pendurado no banco do comboio, para ajudar ao meu estado de humor.

Nota (principalmente para pessoal de psicologia) - foi engraçado isto ter acontecido depois de um treino de competências, pois tive a oportunidade de pôr em prática a tolerância de distress, o mindfulness e a aceitação radical, de que não havia nada a ser feito, e que tinha de aceitar e gerir o que estava a sentir.

Fui ter com o dito senhor que me deu um papel detalhado que explicava o trajecto a fazer, e implicava fazer duas trocas de comboio, para me pôr a caminho de Bangor. Importa dizer que eu estava com uma mochila às costas, uma mala de mão, e uma mala gigante de 20 kg que supostamente só teria de entregar numa estação. Depressa percebi que não ia passar nessa estação, e que teria de levar a mala comigo (depois de falar com a pessoa a quem a ia entregar). Segui a passo apressado para a plataforma que me indicaram e fui para Birmingham onde teria de fazer a primeira troca de comboio... se ao menos fosse tão simples... Eis que vejo a bela mensagem - the train is delayed. Atraso do comboio porque alguém estava doente e teve que se parar o comboio para prestar assistência à pessoa, claro que sim, que melhor timing? Veio com 20 minutos de atraso, e já sabia que não ia conseguir apanhar a ligação em Stafford como era suposto. Respirei fundo várias vezes, procurei nova ligação, encontrei uma que implicava fazer mais uma troca e demorava mais 40 minutos, era a única hipótese. Cheguei a Stafford e apanhei essa outra ligação, eram por esta altura 21h30, andei uma estação e troquei finalmente de comboio, depois de arrastar pesadamente as malas comigo. Percebi por esta altura que a mala grande estava tão difícil de arrastar, porque tinha perdido uma roda... sim, mais esta.
Entrei no comboio final eram cerca de 22h e cheguei à minha estação de destino às 23h40... o elevador da estação estava fora de serviço e tive de carregar as malas escada acima e escada abaixo, penso que só o desânimo me arrastava por estas horas. Apanhei um táxi para casa, e assim terminou a minha fatídica viagem, 8 horas depois, com menos uma roda e uns fones, mas um livro de que gostei imenso, acabado de ler.

Vida difícil.

Jules

      

25 de setembro de 2018

Sumula dos ultimos dramas diarios

Ontem o dia foi brindado com meia tarte virada para o fundo do forno com estratégias de malabarismo que desconhecia que tinha, seguida de um corte no dedo a fazer salada... e ainda consegui virar aquela tampinha que se coloca no ralo e conde se acumulam os restos de comida para cima de mim, enquanto tentava direccionar para o caixote do lixo.

Nos dias anteriores a esta peripécia, resolvi sair de casa com uma torrada com manteiga na mão, que acabou a barrar o meu casaco, quando tentei prevenir que acabasse no chão. A boa noticia é que ainda consegui apanha-la e come-la, o meu casaco não ficou bonito.

Para além destas peripécias diárias, já tive uma das minhas aventuras burocráticas, que só são mais divertidas no estrangeiro porque as pessoas por aqui pelo menos andam mais bem dispostas, e é mais difícil irritar-me com elas. Portanto a simples acção de ir a um edifício x para fazer um cartão, que na vida do cidadão comum demoraria 15 minutos (com o tempo de ida e volta ao edifício incluído), transformou-se numa interessante viagem de hora e meia a percorrer mais edifícios do que eu sabia que existiam na Universidade de Bangor (nenhum deles, relativo a uma faculdade sequer, só para perceberem).
Fun life.

22 de setembro de 2018

Peripécias das últimas semanas


Sei que tenho andado a falhar aqui com as minhas peripécias, mas desenganem-se se acham que é porque não têm acontecido. A minha vida é uma animação e esses momentos não deixam de acontecer, eu só não tenho é grande tempo para os reportar em tempo real.

Mas fazendo assim um apanhado, e com alguma cobertura fotográfica, comecei por partir um belo copo de um pint de cerveja belga, que naturalmente estava cheio quando eu com a minha delicadeza de movimentos o ataquei acidentalmente, dando banho às pessoas em redor e desperdiçando uma boa cerveja. Para ajudar, esta era a última cerveja que eu podia beber porque o bar tinha acabado de fechar, por isso fiquei "a aguar" como se diz na minha terra, e não houve cerveja para ninguém.

Segue-se o típico episódio do café, onde o açúcar vai parar à àgua, certamente já vos aconteceu (espero!).

À parte disso, fui até à Bulgária onde tive o belo episódio de ir contra um sinal de STOP no meio da rua e ficar com toda a minha cabeça a latejar, e um belo galo pela manhã. Para além deste momento épico, que gera sempre muita alegria nos transeuntes, tive um outro momento, que parecia uma partida pregada por uma qualquer força do Universo.
No último dia que fiquei na Bulgária tinha um avião para apanhar por volta das 6h, pelo que combinei com uma senhora amiga que me iria dar boleia para o aeroporto, encontrar-mo-nos às 4h à porta de casa. Coloquei o despertador para meia hora antes, porque só tinha de vestir-me e descer, tudo o resto estava pronto. Eis que recebo um telefonema enquanto estava a dormir, de um numero enorme, presumivelmente desta amiga, que me disse "I am at your door", portanto, estou à tua porta. Eu saltei rapidamente da cama, e quando vi que eram 2h da manhã (e tendo em conta que na Bulgária são mais duas horas do que em Portugal), achei que me tinha enganado e colocado o despertador na hora de PT (de alguma forma),pelo que me vesti rapidamente, peguei nas malas e fui para a rua. Quando não vi a minha amiga, liguei de volta para o número que me tinha ligado, e percebi finalmente que era outra moça, que iria ficar na minha casa em Coimbra, e que não tinha conseguido imediatamente falar com a pessoa que lhe ia abrir a porta, mas quando lhe devolvi a chamada já estava tudo resolvido (claro!). Esta história acabou comigo às 2h da manhã na rua sem qualquer propósito, e a voltar para casa e deitar-me já sem dormir o que quer que fosse, e talvez alguém a rir-se nalgum universo paralelo, ou com vista pra este.

Depois deste momento, lá cheguei a Portugal, e andei em correrias de um lado para o outro, tendo chegado o dia para o qual tinha a minha bela indumentária pronta, o casamento de uma grande amiga, e que também partilho convosco em fotos. Ora os meus lindos sapatos que "levei" ao casamento, na verdade não chegaram à igreja e descolaram-se completamente do carro até lá (os dois sapatos). O que me valeu foi o facto de ter levado os típicos sapatos mais confortáveis para mais tarde, e para dançar, que acabaram por ser os sapatos de todo o dia, e estes só fizeram um brilharete, na privacidade do caminho de carro.

Entretanto mudei-me para terras frias, e claro que aqui pelo País de Gales já fiz das minhas. Consegui perder-me e passar duas vezes à porta do restaurante que procurava sem o ver, just the usual. Mas a mais brilhante foi ter conseguido dar informações erradas ao técnico de informática do edifício onde estou a trabalhar, que acabou por desligar a conexão de internet por cabo a umas quantas pessoas (que não sei quem são), enquanto tentava pôr a internet a funcionar no gabinete onde eu estava. Como nada parecia estar a funcionar, ele acompanhou-me ao gabinete, e quando viu onde era disse - já percebi porque não está a funcionar, esta zona corresponde a um sítio diferente no painel, o que quer dizer que desliguei a internet a outras pessoas - e saiu a correr. Eu pedi mil desculpas, ele riu-se, mas no fim todos ficaram bem e com internet :P

More to come...

Mantenham o optimismo :)

Jules